segunda-feira, 23 de maio de 2011

Estrelas


Ela gritou aquela noite, seu quarto estava pequeno demais, arrumou as suas roupas, colocou sua mochila nas costas e fugiu.
Caminhou rápido cabisbaixa, chutando as latas de refrigerante que aparecia no caminho.
Parou na praia olhava o mar sozinho e identificava-se com ele.
Ela havia cansado, sentia-se só, sua alma estava fadigada, doía manter-se fechada isolada nessa masmorra imaginária que ela mesma havia criado pra se proteger do mundo, desse mundo onde o que vale é o que você tem, onde a hipocrisia e o desamor são casados e educam a cobrança e a injustiça.
Seu peito doía, ela chorava, estava com raiva e confusa.
Naquela noite ela não mais olhava a vida por grossas lentes da ilusão. Ilusão que sempre foi seu refúgio, e que ela havia alimentado durante toda a vida dia após dia, na esperança de matar sua própria realidade.
Aquela noite era diferente, mudanças estavam acontecendo, ela precisava olhar para dentro do seu interior e encontrar respostas.
Largou a mochila na areia, tirou os tênis e foi sentir a água nos seus pés, aquela água gelada que fazia companhia pra suas lagrimas, olhou pra cima: lá estava à grandiosa lua que por mais uma vez estava a observar todas as suas agonias e seus devaneios.  Permaneceu ali observando toda a noite, A lua fria, sombria, exuberante, onde todas as noites era venerada pelas estrelas. Nossa! Ela nunca tinha notado isso: a lua não estava só. O sol sim é solitário, com seu calor excessivo, sempre tendo que manter distância de tudo e todos.
O melhor mesmo é ser igual à lua que deixa o sol brilhar e levar toda honra do dia, mas que não pode sequer encostar-se em nada sem destruir com seu calor demasiado.
Ainda um pouco perdida em seus pensamentos, levantou-se, e voltou pra sua casa, onde suas estrelas a esperavam.
Naquela noite ela entendeu que é necessário controlar a mente, as emoções e viver em total realidade. Querer fugir de si própria não vai adiantar, e sim continuar a seguir tirando forças dos pequenos detalhes e dar mais valor às estrelas que estão sempre tão perto que às vezes se quer enxergamos.
Correu para sua casa e abraçou apertando a sua velha mãe, que soluçava de felicidade por não lembrar a última vez que ganhara um abraço da sua filha.
Logo em seguida voltou pra sua ilusória e triste realidade, porém, agora mais doce e agradável com essa descoberta que sempre esteve ali: as “ESTRELAS”.

Por:Condessa Suy

6 comentários:

  1. Muito lindo, Você escreve perfeitamente...

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  2. Suas palavras são excelentes
    combina beleza e perfeição
    nota 1000
    parabens =D

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  3. Nossa! Daonde vem tanta inspiração garota? Não esperava que uma linda e jovem garota como você fosse capaz de ver também estes outros lados das coisas, continue com estes olhos observando tudo detalhadamente ao seu redor e estes dedos delicadamente escrevendo páginas e páginas de poemas desse tipo, está de parabéns e talvez aqui encerro minhas sessões de comentários e críticas, parabéns.
    Receptivamente-
    Mort, belém-pa

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  4. Eu quero fazer um protesto, pq eu vi um tal de bruno que postou um lindo poema-sorriso de uma fada, se ele teve seu poema e seu nome no site, pq nós não podemos ter os nossos tbm??? Vê isso direitinho aí Suy, eu quero meus DIREITOS!
    Por: Mort, defensor do povo.
    Belém-Pa

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  5. As estrelas brilham e animam o luar.

    Encantam nossos olhares nas noites enluaradas.

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